A primeira excursão "internacional" do NEPESS: São Paulo


O nosso NEPESS fez a sua primeira excursão "internacional" no dia 4 de fevereiro de 2009. O destino eram lugares futebolísticos em São Paulo, com a seguinte programação:



Museu do Futebol, Pacaembu

Juventus 1x0 Ferroviária de Araraquara na Rua Javari, Mooca

Pizzaria Speranza, no Bixiga




Nós, os sete estudiosos do futebol, chegamos cedo na capital paulista e depois de um cafezão numa padaria na Av Paulista, fomos visitar o Museu do Futebol no Pacaembu, que ganhou notas boas. Foram considerados destaques o uso da interatividade e multimídia para transportar o futebol para um museu. As entrevistas com as mães dos juízes, as gravações de narradores de rádio e a instalação das telões mostrando as torcidas em ação caíram no gosto dos visitantes cariocas. Dá para pensar, que as torcidas organizadas estão tão perseguidas na mídia, mas na hora em que é preciso se mostrar a emoção do futebol brasileiro “para inglês ver”, as torcidas são bem vindas. Mas em geral o museu foi bem feito e pode servir de parque de diversão tanto para leigos quanto para especialistas.




Mas chega de teoria. Nossos acadêmicos queriam ver a torcida em ação e a bola rolando. Nenhum lugar poderia ser mais tradicional e adequado do que a Rua Javari do Juventus. Um clube fortemente enraizado no seu bairro Mooca. Chegamos na estação Bresser sob uma forte chuva. Mesmo assim foi decidido caminhar até o estádio para sentir o bairro. Aliás o termo “estádio” foi questionado por um funcionário do metrô, que nos explicou o caminho. Ele insistiu que se trata apenas de um campo, porque à noite não há iluminação. Por isso o jogo acontece tradicionalmente, mesmo numa quarta feira, às 16.00h.




Graça a deus, podíamos ficar em baixo do telhado da tribuna, onde se encontravam outros 434 torcedores. Entre os espectadores se encontrou também a simpática torcida “Setor 2”, que apoiou seu time incansavelmente por 90 minutos, com canções das hinchadas argentinas.




O primeiro tempo foi bastante prejudicado pela chuva e provocou muitas faltas. O juiz precisou trabalhar muito e o placar não saiu do 0 x 0. No intervalo experimentamos os famosos canolis, doces com creme de ovo, que foram muito disputados. Até o começo do segundo tempo o céu havia clareado e o sol voltou.




A torcida aproveitou este fato para mudar para seu lugar tradicional atrás do gol, chamado “Setor 2”. Nós acompanhamos os rapazes. Por isso podíamos testemunhar alguns senhores a cerca de 5 metros de distância do goleiro, que xingaram ele ininterruptamente. Lembramos do vídeo das mães dos juízes no museu e pensamos, que a mãe desse goleiro também deve sofrer.



A Juventus voltou com uma nova postura dos vestiários e começou a atacar. Depois de um jogador expulso da Ferroviária conseguiu finalmente marcar um gol. O time conseguiu ameaçar esta vitória ainda, porque teve também um jogador expulso de uma forma bastante curiosa e boba. Um jogador, que já foi punido com um cartão amarelo foi escolhido para ser substituído. Na saída do campo quis fazer cera, mesmo, que o juiz já gritou bastante “acelera”. Não podia ter outra decisão do que um segundo cartão amarelo, ou seja, a expulsão. A substituição não podia acontecer. Mas a Juventus conseguiu defender sua vantagem até o apito final.




Depois desta aventura fomos para a pizzaria Speranza no bairro italiano Bixiga, para discutir os acontecimentos do dia. Era opinião unânime, que a arquitetura do estádio da Juventus é de fato sensacional e merece de fato o nome “estádio”. Conseguimos entender porque o lugar já foi tantas vezes escolhido como cena de filmes. Sentimo-nos muito bem vindos. Outro ponto de discussão era se a Copa de 1990 de fato foi a mais feia e pobre de futebol ou não (uma tese defendida no Museu do Futebol). Esta questão colocou em oposição o Martin, que acha esta opinião bairrista, e o Renato, que continua achando que beleza pode ser objetivamente julgada. Nenhum dos dois cabeças duras recuou da sua posição.




Fortalecidos pelas pizzas e pães de lingüiça voltamos para o Rio de Janeiro, já planejando a próxima excursão na qual esperamos ter mais participantes. A primeira excursão do NEPESS foi um sucesso fenomenal.

Escrito por Martin CURI